sábado, 16 de agosto de 2008



Kairos — tempo oportuno


Prega a Palavra, quer seja oportuno, quer não. Pois haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; e se recusarão a dar ouvidos à verdade. (2 Tm 4.1-4.)


Enquanto kronos significa tempo cronometrado, marcado, kairos significa o tempo da oportunidade de realizar, tempo oportuno. Paulo conclama Timóteo a pregar a Palavra no tempo oportuno e mesmo aparentemente fora de hora. Isso inclui o questionamento (perguntas honestas), a repreensão (correção do que ia por rumos errados), exortação (levantar e ajudar a aprumar).


Virá tempo em que muitos não suportarão a doutrina sadia, desviando os ouvidos da verdade, indo atrás de fábulas. O tempo de hoje é assim: as pessoas preferem ir atrás de magia e duendes, procuram energia e forças em cristais, ervas e mandingas, em lugar do poder do Deus verdadeiro. Não têm paciência para ouvir a Palavra de Deus, taxando-a de retrógrada e repressora; prendem-se às correntes nefastas do “espiritual” sem a fonte da vida, Jesus Cristo.


Além de falar da Palavra a tempo e fora de tempo, somos desafiados a aproveitar as oportunidades porque os tempos são maus (Ef 5.16). Saber lidar com os que não conhecem a Deus, e conhecer cada vez mais o Deus da verdade é questão de sabedoria: “Portai-vos com sabedoria para com os que são de fora; aproveitai as oportunidades” (Cl 4.5). Aproveitar as oportunidades é resgatar, melhorar o tempo que se apresenta, na hora certa.


Perder tempo neste ano? Jamais! É tempo oportuno que eu quero resgatar em todos os sentidos!

Retirado de “Devocionais Para Todas as Estações” (Editora Ultimato, 2005).

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Fome e Sede de Deus


No seu diário espiritual, "A Caminho de Daybreak", Henri Nouwen, conta um episódio extremamente interessante e surpreendente (pelo menos para mim).

Durante um encontro com políticos eminentes em Washington (Estados Unidos), Henri Nouwen teve oportunidade de falar essencialmente sobre Jesus e o Evangelho, e não sobre política.

Sobre esse encontro ele escreveu: "O que mais me impressionou foi a ânsia demonstrada por todos os que hoje encontrei de ouvir falar da presença de Deus neste mundo. Parecia que nunca se cansavam de me ouvir. Durante as duas horas que durou o meu almoço com o Senador Hatfield e os seus colaboradores, nunca se falou de política. Toda a nossa atenção foi absorvida por questões relacionadas com o Novo Testamento, com uma vivência frutífera, com o desenvolvimento de relações significativas, como a oração, a obediência e lealdade.
Enquanto conversávamos, fui-me apercebendo de que estávamos, na verdade, a aproximar-nos mais dos verdadeiros problemas do mundo do que teria sucedido num debate acerca da política corrente.

A certa altura perguntei ao Senador Hatfield:

- Como é que eu posso ser útil ao Senado dos Estados Unidos?

- Venha falar-nos do perdão, da reconciliação e da maneira de vivermos em paz uns com os outros. Há tanta amargura e ressentimento, existe tanta inveja e rancor na vida dos políticos, tanto no trabalho como em casa, que qualquer palavra de conforto será recebida de mãos abertas.

Mais tarde, Douge Coe pediu-me que digirisse um retiro para vinte membros da Organização dos Jovens Presidentes. Perguntei-lhe:

Quem são os jovens presidentes?

- São pessoas, na sua maioria homens, que ganharam mais de um milhão de dólares antes dos trinta anos, que dirigem uma companhia com o mínimo de cinquenta trabalhadores e possuem influência significativa.

Qual é a finalidade do retiro?

- Eles desejam profundamente conhecer Jesus. Irão a qualquer ponto do mundo, no dia que quiser, só para ouvir falar de Jesus.

É preciso dizer mais alguma coisa? Porque é que eu tenho que desejar mais do que Jesus, se todas as pessoas que encontro me pedem para o proclamar?"

-(Henri Nouwen, em "A Caminho de Daybreak")